Há pouco tempo, bastava adicionar o adjetivo “digital” a qualquer substantivo para preencher seu significado de futuro, progresso e inovação. Seja por abuso do termo, por hábito adquirido ou por certo desencantamento, nos foi apresentado um novo conceito que compete para valorizar aqueles mesmos atributos: “pós-digital”.
Já se fala de uma era “pós-digital” em que a adoção de ferramentas e conceitos digitais não representa por si só uma vantagem competitiva, como indica Paul Daugherty, Diretor de Tecnologia e Innovação em Accenture.
Falamos de um momento “em que o digital não significa revolução, mas vida cotidiana, familiaridade”, porque “a vida real corre entre telas, mídias e ambientes analógicos, todos juntos”; e onde “vemos relações mais críticas com dispositivos e plataformas”, porque “já não toleramos mais (tanto) o discurso clássico de que as inovações tecnológicas só trazem coisas boas”, de acordo com a investigadora Elisabet Roselló.
“Pós-digital” não significa a superação do digital, mas a de seus desafios mais essenciais ao estado das coisas e às estruturas mentais estabelecidas.
A maioria de nós, em maior ou menor grau, após mais de uma década de imersão em mídias sociais e aplicativos móveis, o digital já está em nossa cultura. Estamos nos acostumando a viver com “infoxicação”, volatilidade e hiper transparência, enfrentando seus danos (privacidade, manipulação…) e assimilando suas vantagens (empoderamento, conhecimento aberto…) como profissionais, cidadãos e clientes.
Portanto, além das nomenclaturas, a verdade é que encaramos a década de 2020 com algumas lições aprendidas, já que Google, Amazon, Facebook, Apple, Twitter ou Netflix tornaram nossas vidas mais digitais. Os aprendizados que, aplicados à comunicação corporativa, nos ajudarão a enfrentar os desafios desse cenário emergente – nomeado corretamente ou não – no qual as novas tecnologias exponenciais chegarão com todas as suas siglas (IA, IoT, DLT, RA …).
“Na era ‘pós-digital’ teremos que avançar com maior eficiência e honestidade ao longo do funil de conversão de clientes”
Identificamos cinco grandes desafios e lições aprendidas para a comunicação corporativa nos próximos anos:
- Da responsabilidade ao ativismo corporativo
- Da antecipação de crises para revelar oportunidades
- De produzir conteúdo a construir narrativas
- De gerir meios para projetar experiências
- De gerar visibilidades para impactar os negócios
Nos próximos meses, abordaremos cada um dos cinco desafios, publicando conteúdos específicos com referências, casos e estratégias para profissionais de comunicação, marketing e assuntos públicos.
Compartilhamos este primeiro artigo para mostrar em que consistem e como abordar os cinco maiores desafios da comunicação “pós-digital”.