Mais autêntica, digital e empenhada: esta é a nova liderança dos CEO

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No ambiente imprevisível de hoje, as empresas precisam de ser muito mais flexíveis e adaptar-se à mudança. O CEO desempenha um papel fundamental e deve ter um perfil transformador, autêntico, digital, influente e com expectativas sociais. Só assim a sua liderança contribuirá para melhorar o posicionamento da empresa e atrair investidores e talentos. Estas são algumas das conclusões do relatório Novos Tempos, Nova Liderança, elaborado pela LLYC, que analisa os passos necessários para trabalhar a reputação do executivo de topo de uma empresa: porque é importante que ele se conecte com as pessoas e gere valor intangível, como fazê-lo e onde a sua gestão precisa de evoluir.

“Estamos a viver tempos em que as organizações estão a evoluir para modelos mais horizontais e transparentes que exigem um novo modelo de liderança que procure ser mais autêntico. O CEO não pode continuar a ser um mero gestor, mas deve ser o motor da atração de talentos e investidores, e melhorar o posicionamento e a reputação da sua empresa. O valor intangível da sua liderança melhorará, assim, o valor económico da organização”, afirma Marta Fernández Folgueira, Directora de Comunicação Corporativa da LLYC.

Estes são os três passos para conseguir uma liderança autêntica por parte dos CEOs e gestores:

Compreender o porquê

Num mundo caracterizado pela incerteza global e pela crescente polarização da sociedade, é necessária uma liderança que se adapte aos novos desafios. Os líderes precisam de ser mais visíveis, mais comunicativos e mais empenhados.

– Melhorar o desempenho financeiro: a confiança que os gestores transmitem às partes interessadas e a transparência da sua gestão reduzem os riscos para a reputação. Em situações de crise, um CEO credível pode funcionar como um escudo protetor e atrair investimentos, uma vez que as acções da empresa são acompanhadas de perto por analistas financeiros e accionistas.

– Retenção e atração de talentos: a liderança da gestão de topo pode inspirar e motivar os empregados, gerando um sentimento de pertença e reforçando a imagem de marca do empregador. Isto é crucial para atrair e reter talentos, especialmente num contexto pós-pandémico em que os profissionais procuram mais bem-estar no trabalho, flexibilidade e transparência.

– Melhora o posicionamento da empresa: a presença nos media e a participação em fóruns relevantes permitem melhorar o posicionamento e a visibilidade da organização. A autenticidade e a ligação com as partes interessadas são fundamentais para o conseguir, uma vez que uma mensagem corporativa transmitida por um CEO pode ter um impacto significativamente maior do que se vier dos canais corporativos.

Compreender o “como”

Para liderar nesta era, são necessários cinco atributos-chave:

– Estilo transformacional: procura-se uma liderança baseada na admiração, na escuta ativa e no diálogo com as partes interessadas. Devem impulsionar a visão estratégica e a adaptação aos desafios em mudança.

– Autenticidade: devem manter a coerência entre a sua vida pessoal e profissional, construindo uma liderança autêntica baseada na honestidade e na humanização.

– Conectados e digitais: os CEOs devem estar presentes nas redes sociais, sendo acessíveis e mantendo as suas equipas informadas. As redes sociais permitem uma comunicação mais transparente e próxima.

– Influentes e de referência: têm de escolher narrativas e territórios de comunicação coerentes com a sua liderança, tornando-se referências em questões-chave para a sua atividade.

– Com expectativas sociais e impacto positivo: devem contribuir para causas sociais legítimas, demonstrando humildade e humanização.

Compreende o onde

Os líderes devem avaliar a sua disponibilidade, capacidade de comunicação e vontade de mostrar aspectos pessoais. Depois, devem definir um objetivo claro para a sua liderança e escolher entre três níveis de projeção: proteção, promoção ou influência.

– Nível de proteção: perfil mediático baixo, sobretudo reativo, com pouca atividade nas redes sociais, mas com activos digitais cuidadosamente geridos. Este nível oferece uma presença mínima e centra-se na manutenção de uma imagem higiénica.

– Nível de defesa: perfis que se dedicam a divulgar conteúdos regularmente, a construir ligações e relações e a amplificar através de activos digitais. Esta abordagem procura criar envolvimento entre os círculos de influência desejados.

– Nível de influência: perfis que se destacam pelo seu conteúdo de Thought Leadership, têm elogios, prémios ou participam em classificações do sector. Os líderes autênticos podem ligar-se a grandes audiências e tornar-se referências e activos essenciais para a estratégia da organização.

Em suma, num mundo em constante mudança, a liderança autêntica é fundamental para o sucesso empresarial. Os líderes devem compreender por que razão é crucial, como desenvolvê-la e onde se devem concentrar para conseguir uma transformação efectiva.

Sala de aula executiva

Para este relatório, a LLYC contou com a opinião de alguns dos principais gestores espanhóis. Entre eles, Tomás Pascual, Presidente do Grupo Pascual. “Saber liderar bem é saber mobilizar bem. É preciso uma liderança de pessoas. O importante é ter uma visão comum, alinhar-se no mesmo projeto, com pessoas diversas, que têm perfis diferentes para alcançar o objetivo comum a longo prazo”, assegura.

Por sua vez, María Helena Antolín, Vice-presidente da Antolin, afirma: “Tenho a sorte de ter vivido em muitos países, quer a estudar quer a trabalhar, e acredito sinceramente que temos muito em comum com os gestores a nível global. A única coisa que precisamos é de acreditar no quão grandes podemos ser”.

Ignacio Osborne, Presidente e Diretor Executivo do Grupo Osborne entre 1996 e junho de 2023, afirmou: “A relação entre as pessoas é o que mais me preocupa, a forma como trabalham umas com as outras, como trabalham com os clientes, com a família e com os accionistas. Tudo isto tem um impacto no talento individual e empresarial”.

A publicação deste relatório coincide com o lançamento da Aula Diretiva, um espaço com fins académicos no LLYC, que acolhe entrevistas com presidentes, CEOs e gestores de topo. Trata-se de conversas com o professor e responsável pela Área Executiva da empresa, Iñaki Ortega, nas quais destaca o facto de a reputação, a liderança transformacional e o compromisso social serem factores-chave na nova gestão empresarial.

“Durante o ano de 2023, entrevistámos os CEOs de algumas das principais empresas espanholas para conhecer as suas preocupações. Os gestores de topo de empresas de sectores tão variados como a Ibercaja, o Grupo Pascual, a Antolin, a Ecoembes, a Osborne e o Singular Bank falaram-nos da necessidade de ouvir os stakeholders e de gerir a incerteza através da inovação sem renunciar à honestidade”, afirma Iñaki Ortega.