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TemáticasReputaçãoDiversidade, equidade e inclusãoPolarização
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SetorTecnologias da Informação e Comunicação
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PaísesGlobal
Nos últimos anos, as sociedades ficaram mais fragmentadas e polarizadas do que nunca. Parecemos ser cada vez mais diferentes, as nossas opiniões são mais díspares e é-nos mais difícil chegar a acordo sobre muitas questões, sejam elas políticas ou outras. Trata-se de um fenómeno transversal e global que afeta os Estados Unidos e quase todos os países da América Latina e da Europa. E tem um grande impacto na atividade das empresas e na reputação das marcas.
São muitas as causas que explicam este fenómeno. Entre elas está, sem dúvida, o impacto da tecnologia e, em particular, das redes sociais, cujas consequências ainda não são totalmente conhecidas. Mas também de fenómenos globais como a desigualdade económica, a ascensão do feminismo, as implicações do aquecimento global, as novas migrações e a existência de duas guerras às portas da Europa.
A polarização veio para ficar e o melhor que podemos fazer é tentar interpretá-la sem um pessimismo excessivo e ver como atuar neste contexto
Seja como for, a polarização veio para ficar, e o melhor que podemos fazer é tentar compreender as suas raízes e dinâmicas, tentar interpretá-la sem um pessimismo excessivo e ver como atuar neste contexto para defender os nossos stakeholders, os seus interesses e os seus valores. Mas também, enquanto cidadãos e organizações envolvidos na sociedade em que vivem, devemos explorar a forma de mitigar as piores consequências desta polarização, que nos casos mais extremos ameaçam a coesão social e até a sobrevivência da própria democracia.
Graças à nossa tecnologia, somos capazes de detetar as principais tendências de opinião dos consumidores, dos valores e da política. E é nela que baseamos grande parte da nossa análise
Este novo número da revista UNO aborda a questão da polarização de todos os pontos de vista. Conta com a participação de consultores e clientes da LLYC, líderes empresariais e políticos, académicos de renome e jornalistas de referência. Tentámos abordar, a partir do maior número possível de áreas e perspetivas, um fenómeno complexo que afeta todos os aspetos da nossa atividade e transforma a reflexão sobre a sociedade contemporânea. Para além disso, quisemos dar um destaque especial aos dados. Concretamente, aqueles que nos permitem obter as ferramentas tecnológicas concebidas pela LLYC, baseadas em big data, inteligência artificial e modelos linguísticos, e que são o resultado de uma escuta ativa da conversação digital. Graças a estes dados, podemos detetar as grandes tendências de opinião em matéria de consumo, valores e política. E baseamos grande parte da nossa análise nesses dados
Vários artigos analisam a situação atual, que é particularmente delicada num ano como 2024, em que um número recorde de cidadãos do mundo — da União Europeia ao México, de várias comunidades autónomas espanholas à Índia — teve a oportunidade de escolher os seus dirigentes, cuja culminação foram as eleições presidenciais dos EUA em novembro, as mais importantes do mundo, que voltaram a fazer de Donald Trump presidente. No entanto, a polarização vai muito para além da política institucional. Como salientam vários artigos da revista, os indivíduos e as empresas devem também aprender a navegar neste ambiente polarizado. Devem estar preparadas para cultivar a sua reputação, transmitir as suas mensagens e convicções e cuidar do seu talento. Devem compreender que a existência de grupos sociais cada vez mais desligados uns dos outros ou, por vezes, tristemente em desacordo, é uma nova realidade que conduz muitas vezes a questionamentos legítimos, mas que também gera irritação nas redes e campanhas de difamação. Muitas marcas adquiriram, de forma voluntária ou involuntária, conotações políticas. E, nas suas estratégias de comunicação, muitas têm de se posicionar cuidadosamente em relação a questões polémicas. Os consumidores já não querem apenas ter acesso a produtos e serviços de qualidade a um bom preço, querem que estes reflitam as suas crenças e o seu estilo de vida.
Trata-se de compreender o novo contexto social e comunicativo e de se preparar para o enfrentar. É este o objetivo desta revista, que reúne um vasto leque de pontos de vista e de áreas
Trata-se de compreender o novo contexto social e comunicativo e de se preparar para o enfrentar. É este o objetivo desta revista, que reúne pontos de vista e áreas muito diferentes. O resultado ilumina esta conjuntura para ajudar os profissionais a crescer e a prosperar, do marketing ao talento, da gestão de crises ao healthcare, da reputação aos assuntos públicos, numa nova realidade dominada pela polarização que devemos aprender a navegar.
Considerada uma das mulheres mais influentes em Espanha, segundo as listas da Forbes e da Yo Dona. Foi reconhecida como “Mulher do Ano em Comunicação e Serviços Corporativos” pelos Stevie Awards for Women in Business e, por dois anos consecutivos, como uma das 50 mulheres de negócios mais influentes na América Latina. É também membro do Instituto de Consejeros-Administradores (ICA), da Young Presidents Organization (YPO) e da Asociación Española de Ejecutivas y Consejeras (Eje&Con). Conta com mais de 20 anos de experiência em Consultoria de Comunicação e liderou projetos de elevado impacto para multinacionais como a Coca Cola, a GSK, a ABInbev ou a Telefónica. [Espanha]