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Detetar as novas tendências e as mudanças que trazem é essencial para a sobrevivência das empresas. A transformação digital custou à Kodak a liderança do mercado da fotografia que manteve durante um século. Por sua vez, a Fujifilm aproveitou a mudança para se reinventar, e conseguiu prosperar: a multinacional fundada em 1934 no Japão continua em pé.
Ao realizarem transformações culturais, o derradeiro objetivo das organizações é otimizarem-se. Para os funcionários estarem em boa harmonia com a empresa, os objetivos estabelecidos para implementar a mudança devem ser SMART (Specific, Measurable, Achievable, Relevant, Time-bound) – específicos, mensuráveis, alcançáveis, relevantes e limitados no tempo. Neste processo, os funcionários são um fator essencial: se sentirem a mudança como sendo deles, assumi-la-ão.
As pessoas perante a mudança
- Innovators (inovadores) – 2,5 % – São os que se voluntariam para experimentar coisas novas. Estão dispostos a assumir riscos.
- Early adopters (primeiros adeptos) – 13,5 % – Nesta categoria estão os líderes evidentes e precursores da mudança de uma empresa. Sentem-se confortáveis com a mudança, embora não se revelem pró-ativos relativamente às novidades.
- Early majority (maioria inicial) – 34 % – Os integrantes desta categoria não são vistos como líderes. No entanto, são o tipo de pessoas que gostam de estar na vanguarda da tecnologia.
- Late majority (maioria tardia) – 34 % – Geralmente são céticos, esperando que uma grande parte dos funcionários implemente a mudança antes de se preocuparem em dedicar-lhe tempo e esforço.
- Laggards (retardatários) – 16 % – Todas as empresas têm trabalhadores presos à «sua forma de fazer as coisas». É um desafio maior conseguir fazer esta última categoria adaptar-se à mudança.
O papel da comunicação na gestão da mudança
- Falta de envolvimento dos líderes.
- Resistência dos funcionários à mudança.
- Uma comunicação interna má / escassa.
- Uma definição pouco clara da cultura.
- Apoio inadequado dos líderes.
- Dar prioridade ao sistema, acima das pessoas.
- Falta de visão.
- Ignorar objetivos e vitórias a curto prazo
As fases da mudança
1. Analisar, diagnosticar e compreender: No mercado, existem numerosas ferramentas que podem ser utilizadas para o diagnóstico, incluindo inquéritos, focus groups e até métodos pouco explorados nesta área, como as metodologias ágeis.
2: Projetar e alinhar: O plano de ação para promover esta mudança deverá, além disso, ajudar a criar uma narrativa que suscite emoções nos membros da organização. A comunicação e a forma de ativar este plano são determinantes; novamente, torna-se necessário o envolvimento de todos os departamentos.
3: implementar, medir e rever: Nesta fase, é necessário inspirar e envolver o maior número possível de colaboradores, para gerar atitudes positivas na organização, usando, na medida do possível, ferramentas de ludificação, entre outras.
Fatores essenciais para o sucesso
Existe uma multiplicidade de fatores que produzem um impacto positivo no processo de mudança cultural; no entanto, a nossa experiência obriga-nos a prestar atenção aos seguintes aspetos:
1. O planeamento e a visão a longo prazo
A cultura de qualquer organização é formada por elementos visíveis e invisíveis, como se pode ver na figura seguinte:
A coerência da segurança durante o processo de mudança cultural – se os elementos visíveis não forem coerentes com a mudança que pretendemos alcançar, perder-se-á toda a credibilidade, e o fracasso será garantido.
3. Liderança e participação
Liderar é facilitar a ação e inspirar os outros. Os líderes que agem de forma exemplar conseguem motivar comportamentos e moldar atitudes.
4. Accountability, informação contínua
Graças à accountability, conseguimos demonstrar, usando elementos factuais, que as novidades são positivas para o desenvolvimento da empresa e dos respetivos profissionais e geram envolvimento pelo caminho.
Não há maior gratificação do que ver os resultados de um trabalho que se fez com entusiasmo. Conseguir transferir este sucesso usando dados cria um sentimento de orgulho de pertença, essencial para o sucesso da transformação cultural.
Autores
Jon Pérez Urbelz
Ramón Prat
Rocío Cervantes