Cancro do sangue: melhor informação para melhorar a qualidade de vida

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12 Mar 2024

A Organização Mundial da Saúde (OMS) prevê mais de 35 milhões de novos casos de cancro até 2050, um aumento de 77% relativamente aos 20 milhões de casos em 2022. Embora o tratamento da maioria destes casos já possa ser antecipado graças à inovação, a comunicação tem também um papel fundamental para obter um diagnóstico precoce, aumentar a informação e ter acesso a tratamentos de uma forma mais rápida. Em suma, contribui para melhorar a qualidade de vida dos doentes.

O relatório “O sangue também adoece”, elaborado pela LLYC, centra-se nos cancros hematológicos como a leucemia, o linfoma e o mieloma. Estes cancros são frequentemente complicados e com sintomas que demoram a aparecer, pelo que o diagnóstico é tardio e o prognóstico pode ser muito negativo para o doente. Apesar de a investigação e o desenvolvimento de novas terapias inovadoras serem surpreendentes, com mais e melhores medicamentos, é necessário:

Mais relacionamento. É urgente um diálogo aberto e contínuo entre governos e empresas para que os medicamentos inovadores cheguem o mais rapidamente possível aos doentes que necessitam. Os responsáveis pelo desenvolvimento das políticas públicas em saúde têm de identificar o papel, a relevância e os requisitos para conseguir um sistema que realmente beneficie o doente.

Melhorar a narrativa. Os organismos internacionais recomendam a criação de campanhas de comunicação que sensibilizem para os cancros do sangue, a fim de melhorar o diagnóstico e proporcionar aos doentes um melhor prognóstico

Utilizar as novas tecnologias. Representam uma grande oportunidade para que as empresas do setor da saúde possam relacionar-se melhor com o seu público-alvo. Atualmente, graças aos especialistas em Data-Driven Marketing, é possível obter informações dos doentes e dos prescritores que permitem uma melhor tomada de decisões e um melhor conhecimento dos desafios que enfrentam   

Georgina Rosell, Sócia e Diretora Sénior de Healthcare Europa da LLYC: “O grande desafio que enfrentamos com as tecnologias e medicamentos inovadores continua a ser o acesso aos mesmos por parte da maioria dos doentes. Normalmente, são necessários mais de quatro anos para que um medicamento inovador seja aprovado pela FDA, a agência reguladora dos EUA, ou a EMA, a agência europeia de medicamentos, até à sua análise por outras agências reguladoras em diferentes países em vias de desenvolvimento. Este atraso pode significar a vida ou a morte para as pessoas que sofrem deste tipo de doença. O papel da comunicação é fundamental. Mais informação permite melhorar o diagnóstico e a qualidade de vida dos doentes.”. 

A falta de sensibilização da sociedade para a importância de realizar análises laboratoriais básicas anuais e o não encaminhamento adequado depois da consulta com o médico de clínica geral ou o médico de família são alguns dos principais desafios para obter um diagnóstico precoce das doenças do sangue.

A cirurgia, a radioterapia e a quimioterapia são a base da abordagem terapêutica no tratamento do cancro. No entanto, nos últimos anos, têm sido feitos esforços para melhorar a experiência do doente com tratamentos com menos efeitos secundários e, graças à medicina genética, é possível adaptar o tratamento ao perfil de cada doente. A medicina personalizada permitiu tratamentos mais avançados, como a imunoterapia ou a terapia com células CAR-T.

De acordo com a PHARMA (The Pharmaceutical Research and Manufacturers of America), neste momento existem mais de 500 medicamentos em desenvolvimento para as doenças do sangue e da coagulação, incluindo os cancros do sangue, destes, 162 são para linfomas, 158 para vários tipos de leucemia, 84 para mieloma múltiplo e 73 para neoplasias malignas. 

Numa investigação desenvolvida pela equipa global de Healthcare da LLYC, existem atualmente 32 novos medicamentos já apresentados para aprovação das autoridades reguladoras, 5 para leucemia, 20 para linfomas e 8 para mieloma múltiplo, o que significa que, num curto espaço de tempo, os especialistas poderão contar com novas terapêuticas para ajudar cada vez mais doentes.