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Chaves para redefinir o propósito
Na LLYC levámos a cabo um estudo qualitativo que incluiu a participação de 85 diretores de grandes empresas espanholas, para perceber o impacto que esta revolução teve nas suas organizações e quais, na sua opinião, deveriam ser as chaves para redefinir e implantar com sucesso o propósito corporativo no modelo de negócio. São estas as principais conclusões:
- Redefinir o propósito corporativo: tarefa urgente. A definição do propósito corporativo é uma tarefa chave para orientar o futuro da empresa. 81% dos diretores acredita que esta definição é urgente. No entanto, também afirma que, na verdade, todas as empresas têm um propósito fundamental. Quase 50% dos diretores entrevistados considera que as suas empresas têm já um propósito público e definido desde a sua fundação mas que, não obstante, teria de ser atualizado e redefinido.
- Da história do passado à estratégia do futuro. O propósito corporativo deixou de ser uma mera ferramenta de comunicação ou marca para se converter numa definição da ambição a longo prazo. Para os diretores entrevistados, o ponto crítico é a credibilidade do propósito vinculada ao modelo de negócio. Para isso, consideram essencial que o propósito corporativo faça parte da estratégia de negócio (com uma importância de 8.1 pontos numa escala de 0-10), não sendo apenas uma iniciativa de claim de marca.
- Da comunicação à liderança. A liderança associada ao propósito corporativo é uma das chaves para verdadeiramente impactar o modelo de negócio de acordo com 75% dos diretores espanhóis. Entre as organizações mais admiradas, como a Google, a Tesla ou o Airbnb, o propósito corporativo é uma ferramenta do CEO para inspirar a organização e proporcionar stakeholders. Para efeitos práticos, os diretores creem que os CEO espanhóis devem incluir a ativação do propósito na sua agenda, algo mais habitual entre os executivos norte-americanos.
- Da responsabilidade ao compromisso. Três em cada quatro diretores considera que, para que o propósito tenha um impacto real no seu negócio, o foco da sustentabilidade da empresa deve ser reorientado. Nesse sentido, 81% dos diretores afirma que o propósito deverá ser direcionado para uma necessidade humana ou desafio global, além de políticas de responsabilidade social corporativa.
- Do impacto à transformação. O propósito corporativo tornou-se num exercício de empatia corporativa que ajuda as empresas a levar a cabo melhorias organizacionais, a reter o talento ou, inclusive, a fortalecer o vínculo com os seus consumidores. 78% dos entrevistados considera que ter um propósito corporativo claro é rentável e contribuiu para o negócio da empresa. Mais concretamente, para 63% dos diretores entrevistados, o principal benefício de contar com um propósito é ter uma organização mais alinhada e motivada.
Empresas com propósito, empresas com sentido
Todas as empresas têm uma história que se conta através de uma missão (a que se dedicam), uma visão (a sua aspiração) e diferentes valores (como executam essa missão). A maioria das empresas foram fundadas, também, com um sentido de propósito, uma ideia inicial sobre o “porquê e para quê” que começaram a operar no mercado, sobre o seu impacto e contribuição. O propósito é muito mais que um claim publicitário ou uma causa social. É uma síntese de 4 dimensões estratégicas de uma empresa: o que fazemos bem, porque nos pagam, o que nos emociona e o que é que o mundo precisa. Em momentos de mudança como os que vivemos atualmente, são cada vez mais as empresas que estão a atualizar o seu propósito para orientar a sua estratégia de crescimento em direção a uma meta de liderança, associada à melhoria da qualidade de vida das pessoas em geral. Nesse sentido, as 50 marcas que mais cresceram a nível global em 2018 possuíam um propósito claro. Além disso, empresas com um propósito bem definido têm 10 vezes mais valor para um acionista que a média do S&P500; 1.7 vezes mais colaboradores satisfeitos e uma probabilidade 3 vezes maior de retenção de talento.
Autores
Jorge Tolsá