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As grandes migrações de pessoas transformaram sempre a sociedade a uma velocidade que desafia governos, cidades e -sobretudo- empresas. Hoje continuam a ser o principal motor de crescimento económico, inovação e competitividade do século XXI. O relatório “The Next Mindset: Mobilidade humana”, elaborado pela LLYC, analisa este fenómeno e convida empresas e administrações a interpretar estes movimentos como uma oportunidade para o crescimento, não como uma fonte de incerteza.
A reflexão inclui Radar IA, um índice inovador que analisa 1440 respostas geradas por quatro modelos de inteligência artificial de última geração para mapear como essas tecnologias entendem, interpretam e projetam o impacto económico da migração em 12 países da América e da Europa. Concordam que se trata de um grande motor produtivo. Não só preenche postos de trabalho, como também dinamiza setores, rejuvenesce a força de trabalho e amplia o potencial inovador.
“Cada fluxo migratório, cada viagem, reconfigura as economias, redesenha geografias e dinamiza a complementaridade do talento, criando um mapa de oportunidades para aqueles que aprendem a ler o mundo em movimento. A verdadeira vantagem competitiva está na capacidade de interpretar estes grandes movimentos. Quando alguém se move, desencadeiam-se transformações económicas, sociais e culturais que reescrevem o funcionamento dos mercados”, afirma Marlene Gaspar, Diretora-Geral da LLYC em Portugal.
A mobilidade humana como fator determinante económico
O estudo confirma o impacto positivo da migração a nível global, com exemplos em três países:
- Motor económico: Em Espanha, a imigração contribuiu com 80% do crescimento económico dos últimos 15 anos. O Banco Central Europeu realça que o aumento de população estrangeira em idade ativa foi uma das principais causas do crescimento na zona euro entre 2023 e 2025.
- Fonte de inovação: Mais de 46% das empresas da Fortune 500 nos EUA foram fundadas por migrantes ou pelos seus filhos.
- Inclusão produtiva: Em países como o Peru, o investimento na assistência aos migrantes gera um retorno fiscal de 2,6 soles por cada sol investido, demonstrando que a diversidade é sinónimo de crescimento.
Além disso, a análise destaca que a mobilidade está a impulsionar uma nova era de crescimento em vários setores:
- Serviços financeiros e banca: impulsionados pelas remessas, que já ultrapassam o investimento estrangeiro em países como o México e a Colômbia. Surgem novas fintech, contas multimoeda e seguros internacionais, transformando a inclusão num modelo de negócio rentável.
- Agroindústria e exportação: a mobilidade amplia padrões de consumo e o talento migrante impulsiona novas cadeias de valor e fortalece a segurança alimentar nas zonas rurais.
- Turismo e viagens de negócios: o turismo de raízes, médico e académico cresce como ponte económica e emocional.
- Educação e talento global: as universidades de Espanha e do México lideram a atração dos estudantes internacionais, consolidando a educação como principal motor de mobilidade ascendente e inovação.
- Saúde e cuidados: a migração acelera a adoção de modelos de atendimento digital. Aqui, a mobilidade é uma fonte de inovação social.
- Urbanismo e construção: a chegada de migrantes dinamiza o mercado imobiliário e mais de metade das construtoras em Espanha reconhecem que a imigração pode resolver a falta de mão de obra.
- Cultura e media: a diversidade impulsiona as indústrias criativas. As produções com temas interculturais alcançam quase o dobro do engagement.
- Alterações climáticas e resiliência: as deslocações climáticas irão marcar o século XXI. As empresas que compreenderem esta dinâmica posicionar-se-ão como aliadas da adaptação e da sustentabilidade.
A inteligência artificial mede o consenso
O relatório inclui o Radar IA, uma nova ferramenta de Deep Learning que analisa como a inteligência artificial constrói as suas narrativas sobre migração e economia. Os resultados, extraídos de 1440 respostas geradas por quatro modelos de última geração, são reveladores:
- Elevado Consenso: os modelos alcançam 69,2% de consenso nas suas avaliações sobre a migração, um acordo surpreendentemente elevado.
- Enfoque Económico: 99 % das narrativas são construídas em termos económicos e laborais, destacando a dimensão da oportunidade.
- Sectores Vencedores: a IA identifica consistentemente a tecnologia, a agricultura, o turismo e as finanças como os setores com maiores ganhos decorrentes dos fluxos migratórios.
No entanto, a reflexão também aponta desafios no mercado laboral e tensões nos serviços públicos, sobretudo nos países latino-americanos.
Aceda à análise completa neste link.