Entre 2000 e 2050, a proporção de pessoas com mais de 60 anos duplicará no mundo, passando de 11% para 22% do total. A sociedade, portanto, está a ser transformada por este fenómeno demográfico sem precedentes. O relatório ‘População idosa em ascensão’, elaborado pela equipa de Healthcare da LLYC, analisa o impacto global do aumento da população adulta, as necessidades específicas de cuidados médicos, os custos associados, o acesso a medicamentos e cuidados, bem como os desafios que isso representará para os sistemas de saúde. Além disso, defende a necessidade de uma estratégia de comunicação eficaz, com o apoio da IA, para sensibilizar sobre o desafio e mobilizar a sociedade civil, empresas e governos na busca por um envelhecimento saudável.
“Verificou-se que a comunicação eficaz não só pode ajudar a estabelecer laços com os decisores, como também pode visibilizar um problema que requer atenção. A consultoria especializada em comunicação em saúde é uma grande aliada para este tipo de projetos. E a geração de dados com o uso da Inteligência Artificial permite obter mais informação sobre as necessidades de pacientes e cuidadores e é crucial na planificação de projetos”, garante Georgina Rosell, Sócia e Diretora Sénior da Health Europa.
O relatório apresenta 6 recomendações para avançar no caminho para um envelhecimento saudável:
– Diálogo urgente e vontade política entre os principais intervenientes. É importante implementar políticas públicas para enfrentar este problema a nível nacional, incluindo acesso a medicamentos inovadores e tecnologias de saúde. Além disso, o papel dos cuidadores deve ser mais considerado, sensibilizando e criando programas específicos para abordar esta questão e fornecer o devido apoio àqueles que desempenham um papel essencial no cuidado dos idosos.
– Um sistema de saúde mais preventivo do que curativo. Precisamos mudar a abordagem do sistema de saúde, passando de um foco principalmente curativo para um mais preventivo. É essencial que a população chegue à idade adulta com menos doenças preveníveis, o que aliviaria a pressão sobre os sistemas de saúde. Para isso, é necessária uma comunicação eficaz para promover a prevenção e estilos de vida saudáveis.
– Políticas públicas. É crucial a necessidade de um consenso urgente entre vários intervenientes-chave, como legisladores, grupos da sociedade civil, governos e a comunidade médica, para impulsionar políticas públicas destinadas a melhorar a qualidade de vida dos idosos. Devem ser revistas as necessidades de infraestrutura e desenvolver abordagens geriátricas que atendam às necessidades médicas desta população.
– Compreensão dos pacientes e cuidadores. As necessidades dos pacientes variam consoante fatores como o nível socioeconómico, localização geográfica e o ambiente social e familiar. É importante aproveitar as novas tecnologias de Inteligência Artificial e Big Data para recolher e analisar informações sobre as necessidades dos pacientes, permitindo uma compreensão mais aprofundada do problema.
– Inovação e tecnologia: promovendo uma vida saudável e conectada. A inovação terá um papel cada vez mais importante na criação de um futuro mais saudável e gratificante para as gerações mais velhas. Avanços na acessibilidade a medicamentos, vacinas, dispositivos médicos, aplicações de monitorização, telemedicina, IA e robótica, entre outros, podem reduzir a necessidade de hospitalizações desnecessárias e melhorar a monitorização de tratamentos. Estas tecnologias podem fornecer ferramentas suficientes para manter os idosos conectados e monitorizar a sua saúde e bem-estar a longo prazo.
– O papel das empresas e o valor da comunicação. As empresas não só podem participar na investigação de medicamentos, como também podem contribuir para a promoção da prevenção e acesso a tratamentos que melhorem a qualidade de vida na velhice.
Um exemplo de como a comunicação estratégica pode reduzir o impacto negativo na qualidade de vida dos idosos e nos sistemas de saúde foi ‘Solidão Invisível’. Esta campanha desenvolvida pela LLYC para a Fundação BBK quis visibilizar o problema da solidão na sociedade através da história de Mercedes, uma mulher de 88 anos. Gerou empatia, sensibilização e discussões, alcançando 148 milhões de impressões e aumentando o número de voluntários em 46%. Impulsionou até uma nova estratégia governamental para enfrentar a solidão não desejada.
Em suma, o relatório “População idosa em ascensão” aborda vários aspetos relacionados com o envelhecimento da população e a necessidade de adaptar a infraestrutura e os serviços de saúde face ao processo de envelhecimento que vivemos e às crescentes necessidades dos idosos em todo o mundo.
Para alcançá-lo, são necessários serviços de saúde e infraestruturas de qualidade. Também é essencial uma colaboração público-privada fluída, pois é a via para abordar as diferenças e promover a inovação em medicamentos e tecnologias para o cuidado dos mais velhos. A consultoria e a Inteligência Artificial para recolher dados, bem como um consenso e uma discussão séria a nível global sobre o impacto do envelhecimento e como se preparar para enfrentar os desafios apresentados pela população idosa.
Consulte o relatório completo aqui.