Diante de um contexto global de protecionismo, os Fundos Soberanos (Sovereign Wealth Funds – SWFs, em inglês) e outros investidores institucionais continuam a desempenhar um papel crucial nos investimentos transfronteiriços. Com mais de $ 12 trilhões de ativos sendo negociados, estes continuam sendo um dos maiores proprietários de ativos e um dos mais frequentes compradores de renda fixa, ações públicas e ativos alternativos em todo o mundo.
IED na América Latina
O Investimento Estrangeiro Direto (IED) foi adotado globalmente em 2018. Na América Latina, os fluxos decresceram 6 %, atingindo $ 147 bilhões, com a estagnação econômica. O impacto desta queda foi maior no Brasil e na Colômbia, enquanto os fluxos permaneceram estáveis no resto da região. Os segmentos de interesse continuam sendo aqueles ligados aos recursos naturais (incluindo a mineração), infraestrutura e bens de consumo, especialmente de TI.
No entanto, a região ainda é vulnerável a fatores externos, incluindo a política monetária nos EUA e suas tensões com a China e outros parceiros. As tarifas impostas às novas indústrias, como a do segmento automotivo, podem significar preços mais altos de commodities como o cobre, que é uma das principais exportações da região.
Investimentos dos Fundos Soberanos (SWF)



Nos últimos 15 anos, os fundos aprenderam a apreciar as diferenças entre os 20 países que compõem a América Latina. Eles evoluíram de fundos avessos ao risco, investindo apenas em países da OCDE (México, Chile), para players regionais sofisticados, com equipes e escritórios locais. Agora existem seis filiais do SWF, com mais de 100 profissionais de investimento atendendo o continente.
À medida que os fundos amadurecem e a busca por rendimento se torna mais acirrada, outros países também começam a ganhar atenção. Peru, Colômbia, Equador, Argentina, Uruguai e Panamá também estão atraindo capital institucional. No entanto, os fundos precisam permanecer cautelosos, uma vez que os desafios regionais permanecem. Quando a Catar Diar investiu $ 75 milhões no Gran Paraiso Hotel em Cuba, em 2008, o desenvolvimento deveria durar três anos. Onze anos depois, no entanto, a conclusão da propriedade segue incerta.
O caminho a trilhar: Coinvestimentos e Governança
No entanto, também aumenta a exposição à Governança, aos Riscos e à Conformidade, além do escrutínio das partes interessadas e da opinião pública. Neste contexto, a confiança é crucial e uma diligência prévia adequada tornou-se um passo fundamental no processo de investimento. Seja para comprometer capital de um fundo ou para comprar uma participação direta em um ativo, os SWFs precisam realizar uma avaliação de reputação de possíveis riscos associados a um parceiro de negócios, incluindo os de conformidade e de governança corporativa.
Autores
Alejandro Romero