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SetorTecnologia da Informação e ComunicaçãoAdministração Pública
O momento de transformação global que vivemos está acelerando indiscutivelmente a evolução do setor da comunicação e das agências, tradicionalmente motores de ideias e narrativas. Agências que agora se encontram no epicentro dessa mudança tectônica, onde também convergem outros agentes, como consultorias estratégicas, plataformas de inteligência artificial, freelancers hiperespecializados ou algoritmos que também escrevem, planejam e recomendam.
Neste contexto marcado pela disrupção geopolítica, a transformação digital e a crescente exigência de transparência, as agências com departamentos de public affairs não podem limitar-se às relações públicas ou a fazer de ponte entre cargos, organizações e governos. Na LLYC, entendemos que nossa função evoluiu: hoje interpretamos, antecipamos e influenciamos estrategicamente para ajudar os líderes a tomar e implementar decisões ousadas. Decisões que legitimam e potencializam sua capacidade de influência, minimizando riscos e maximizando oportunidades para proteger e aumentar o valor de seus negócios.
O antigo modelo baseado exclusivamente em contatos e lobby discreto já é insuficiente: o impacto real é construído a partir de uma estratégia multicanal, onde a relação com instituições, atores políticos e sociais se combina de forma indissociável com narrativas sólidas, conteúdo relevante e uma presença digital coesa.
O que antes era uma combinação de criatividade, relações públicas e execução de campanhas, hoje se tornou um mecanismo muito mais complexo, dinâmico e tecnológico.
Atualmente, a atividade empresarial não é condicionada apenas por regulamentações institucionais: no novo campo de jogo, a sociedade e os agentes de toda a cadeia de valor observam o comportamento corporativo para conceder a chamada “licença social para operar” e poder se tornar fornecedores, parceiros ou clientes.
A reputação das empresas é jogada em tempo real e é nesse cenário que os assuntos públicos desempenham uma função estratégica essencial para compreender, influenciar e antecipar as dinâmicas públicas que afetam a atividade empresarial.
Muitas organizações entendiam sua relação com as instituições a partir de um posicionamento reativo: responder a regulamentações, adaptar-se a normas ou gerenciar crises. Mas, como aponta David Grayson em “Corporate Responsibility Coalitions”, a sustentabilidade corporativa a longo prazo depende da capacidade das empresas de participar ativamente na configuração de seu ambiente, não apenas de se adaptar.
É aqui que os assuntos públicos revelam todo o seu potencial: não como ferramenta de pressão, mas como capacidade organizacional para gerar inteligência contextual, estabelecer relações de confiança e valores públicos compartilhados. Em resumo, tornar-se um parceiro na tomada de decisões para alinhar o propósito empresarial com as expectativas e os valores sociais.
Integrar os assuntos públicos na estratégia corporativa não é uma questão de comunicação externa, mas de governança interna. Implica tomar decisões ousadas, mais responsáveis e mais alinhadas com os interesses sociais e institucionais. Não se trata apenas de fazer lobby: estamos falando de criar empresas com visão, missão e valores socialmente compartilhados.
Embora tradicionalmente o conceito de lobby tenha sido associado à ideia de obter influência política para defender interesses próprios, hoje ele é uma ferramenta para dialogar, antecipar e cocriar ambientes normativos e sociais que permitam o crescimento sustentável.
Nesse sentido:
- Favorecem a previsibilidade do ambiente regulatório (fundamental para os investimentos)
- Melhoram o alinhamento estratégico entre objetivos corporativos e expectativas sociais
- Reduzem o risco de conflitos institucionais ou reputacionais, integrando a dimensão pública na tomada de decisões
- Abrem canais de diálogo e colaboração com atores públicos e sociais.
Apostar nos public affairs não deve ser uma estratégia defensiva, mas sim um exercício de transparência estratégica para fazer crescer os negócios em sociedades democráticas.
Mas quais são os elementos-chave que devem integrar as novas soluções e serviços?
Na LLYC, entendemos que dados, inteligência artificial e equipes transversais são os novos motores dos assuntos públicos.
Em um ambiente altamente volátil e saturado de informações, a capacidade de analisar, interpretar e agir sobre dados relevantes é fundamental em qualquer função estratégica. De fato, sem inteligência baseada em dados, qualquer estratégia de impacto ou posicionamento institucional corre o risco de ser intuitiva, parcial ou desconectada da realidade.
Assim, os dados e a inteligência artificial contribuem para os assuntos públicos:
– Monitoramento da agenda pública e regulatória: as plataformas de IA podem analisar centenas de fontes legislativas, midiáticas e institucionais em tempo real, detectando mudanças, riscos e oportunidades.
– Análise de sentimentos e opinião pública: algoritmos aplicados em redes sociais, pesquisas ou meios de comunicação permitem captar as reações a determinados temas ou posicionamentos para poder adaptar discursos e estratégias.
– Mapeamento inteligente de stakeholders e relações de influência: a análise de redes e interações institucionais permite identificar as dinâmicas de influência efetiva.
– Avaliações de impacto: os dados e a IA permitem medir não apenas o alcance das ações de public affairs, mas também seu impacto na reputação, na percepção pública e na modificação de marcos normativos.
Mas nem os dados nem a IA multiplicam a capacidade de antecipação, precisão e velocidade das equipes de profissionais, nem os substituem. Eles não podem substituir o critério profissional, as habilidades de negociação ou a capacidade de interpretar o termômetro político e social.
São precisamente as equipes transversais de profissionais o elemento-chave para dar essa nova orientação às soluções de public affairs que vão além das relações públicas e do lobby tradicional.
Falamos de especialistas em diferentes áreas:
- Setores produtivos
- Política e instituições
- Regulação
- Comunicação
- Posicionamento e liderança
- Análise de dados e engenharia
Esta rede de multiqualificação garante que os dados não sejam apenas recolhidos, mas também traduzidos em conteúdo acionável. Porque as decisões precisam de uma base empírica (os dados), mas também de uma leitura humana, contextual e de valor.
Na LLYC, essa visão se traduz em uma capacidade diferenciada: contamos com uma equipe de mais de 60 engenheiros distribuídos em 14 países, que transformou a forma como aplicamos inteligência artificial, big data e análise avançada em nossas soluções de marketing e assuntos corporativos. Essa estrutura técnica de ponta nos permite desenvolver modelos preditivos, sistemas de monitoramento em tempo real e análises de alto impacto que potencializam cada fase do trabalho em public affairs: desde o planejamento estratégico até a criatividade, a execução e a medição. Não se trata apenas de ter dados, mas de transformá-los em decisões ousadas, informadas e alinhadas com o contexto.
Entre os muitos autores que poderiam ser citados sobre a dupla política e gestão empresarial, destaca-se “Venture Meets Mission: Aligning People, Purpose, and Profit to Innovate and Transform Society” (2024), dos autores Arun Gupta, Gerard George e Thomas J. Fewer. Esta obra foi reconhecida com a Medalha de Ouro na categoria Negócios Gerais dos Axiom Business Book Awards de 2025.
O livro propõe uma nova visão sobre como as empresas podem colaborar com os governos e a sociedade para enfrentar desafios globais, como as mudanças climáticas ou a cibersegurança. Os autores argumentam que, se o tecido empresarial, os governos e a sociedade trabalharem de forma coordenada, podem contribuir mais para reconstruir a confiança e colaborar para aproveitar uma nova oportunidade geracional e enfrentar os desafios do atual contexto VUCA.
Reforçar a confiança entre os setores público e privado é essencial para promover um ecossistema onde as empresas colaborem com governos e instituições para a inovação social.
Em resumo, o conceito tradicional de consultoria em assuntos públicos deve ir muito além das relações institucionais e combinar inteligência política, capacidade narrativa e presença digital com equipes multidisciplinares e uma visão sistêmica.
Vivemos numa era de transição permanente, onde as fronteiras entre o que é público e privado, institucional e social, comunicação e influência política são cada vez mais difusas. Neste contexto, influenciar não é apenas aceder aos centros de decisão: é fazer parte do debate público, gerar narrativas legítimas e articular alianças estratégicas com uma diversidade de atores e canais.
Phil Harris, coautor de The Palgrave Encyclopedia of Interest Groups, Lobbying and Public Affairs (2022), descreve um novo cenário, onde não existe apenas a formulação de políticas, mas também a diplomacia pública, a reputação e a gestão de interesses em ambientes cada vez mais complexos.
Não basta mais ter contatos; mais do que nunca, são necessárias tanto a capacidade de ler o cenário quanto a habilidade de construir laços de valor compartilhado.
A nova natureza dos public affairs não é apenas uma questão de técnica ou estratégia: é também uma questão de valores.
Estamos num momento histórico em que a sociedade exige mais transparência, participação e responsabilidade das organizações, sejam elas públicas ou privadas. Isso obriga as agências a entender os interesses de seus clientes não apenas como legítimos, mas também como parte de um contrato social implícito com a cidadania. A narrativa, nesse sentido, não é apenas comunicação: é compromisso público e transparência.
E tudo isso sem esquecer um elemento-chave: a globalidade dos mercados. Na LLYC, entendemos que os assuntos públicos são hoje uma alavanca estratégica para impactar os quatro capitais do negócio: comercial, intelectual, social e financeiro. Fazemos isso por meio de soluções baseadas em dados, potencializadas por inteligência artificial e ativadas por equipes multidisciplinares que combinam visão estratégica internacional com conhecimento local. Nossa estrutura global e diversidade de talentos nos permitem nos adaptar com precisão a diferentes contextos culturais e regulatórios, oferecendo respostas diferentes para desafios novos… e também para os de sempre.